Em 2012, os cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) descobriram uma nova partícula subatômica, que poderia ser o bóson de Higgs (a “partícula de Deus”), no acelerador de partículas chamado LHC (Large Hadron Collider ou “Grande Colisor de Hádrons”), localizado na divisa da França com a Suíça. Com isso, os aceleradores de partículas ganharam notoriedade nas mídias internacionais e despertaram a curiosidade do público. 

Os aceleradores de partículas funcionam como enormes laboratórios, construídos para a realização de testes e pesquisas científicas a partir do choque de partículas já conhecidas, como prótons e elétrons. Ou seja, são ambientes de experimentações que contribuem para descobertas de novas matérias físicas e produção de energia, e com o desenvolvimento de novas tecnologias. 

Essas partículas são colocadas em altas velocidades até que se choquem com outras partículas ou com obstáculos diversos, dando origem a uma grande quantidade de energia e outras partículas que são capturadas por sensores e estudadas.

Existem diversos tipos de aceleradores de partículas espalhados pelo mundo. O LHC é o maior do tipo “colisor de partículas” do mundo. Com 27 km de extensão, a sua contribuição para ciência é inestimável. Mas o Cern já aprovou o projeto de construção de um novo acelerador que vai custar cerca de 2 bilhões de euros e terá 100 km de extensão. 

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O que é o Bóson de Higgs? 

Bóson Higgs é a partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente das outras partículas que contém massa, as Higgs não possuem massa. Físicos e cientistas acreditam que a partir dela, seja possível esclarecer porque todas as outras partículas possuem massa. 

Também apelidada de “partícula de Deus”, recebeu o nome de bóson de Higgs porque na década de 1960, o cientista britânico Peter Higgs propôs a existência do bóson. 

O Brasil é referência mundial

No Brasil, o primeiro acelerador de partículas chamado UVX, fica no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, São Paulo, e foi inaugurado em 1997. Esse laboratório era referência na América Latina e usado para pesquisas sobre o câncer, antibiótico contra o Parkinson, fertilizantes para uso em agricultura, medicamentos contra bactérias, impressão digital do vírus Zika, entre outros estudos.

Em novembro de 2018, o LNLS inaugurou o Sirius no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem). Também localizado em Campinas, é supervisionado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O Sirius é um laboratório para produção de luz síncrotron de 4ª geração, com 518 metros de circunferência e 68 mil m². Avaliado em R$ 1,8 bilhão, é o maior da América Latina e por enquanto, é o mais avançado do mundo em fonte de luz síncrotron. O nome é uma referência a estrela homônima mais brilhante do céu noturno. 

Investimento vs Benefícios 

Muito se discute sobre os investimentos bilionários nesses laboratórios. Será que vale a pena? E qual a função deles para a sociedade? 

Graças às pesquisas realizadas em laboratórios como os aceleradores de partículas, foi possível desenvolver dispositivos com tecnologia de ponta que auxiliam no tratamento de diversas doenças graves como o câncer, por exemplo. Além do desenvolvimento de inúmeras tecnologias para todos os setores da sociedade, como informática, construção civil, agricultura, entre outros. 

 

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