Imagine a seguinte cena: você está fazendo sua atividade física e recebe uma notificação sonora avisando que uma mensagem de texto chegou em seu dispositivo. Com um toque na manga da sua jaqueta, é possível escutar a leitura eletrônica da mensagem. Esse é um dos recursos dos tecidos inteligentes.

O avanço das tecnologias e a indústria 4.0 também chegaram na moda e estão provocando revoluções que facilitam a vida dos consumidores. Além disso, a inovação em tecnologia têxtil pode trazer diversos benefícios tanto para o meio ambiente quanto para o usuário.

Muitos se perguntam: o que são tecidos tecnológicos? Por isso, separamos algumas das novidades do setor que já estão em prática e devem se tornar mais comuns em alguns anos.

Nanotecnologia

A nanotecnologia permite a manipulação das fibras em escala atômica, molecular e supramolecular. Dessa forma, é possível integrar pequenas moléculas na maioria das estruturas, melhorando as suas características.

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Ou seja, roupas com nanotecnologia permitem alcançar resultados como repelência aos líquidos (tecidos impermeáveis), roupas antimicrobianas e que absorvem e evaporam o suor rapidamente.

Undershirts e cuecas antissuor e antiodor

A Insider produz undershirts — camisetas internas que ajudam na regulação térmica temporal — e cuecas tech. Todos os produtos são antiodor e antissuor.

A característica antiodor se deve ao tecido antibacteriano, evitando as bactérias causadoras do mau odor. Ela é considerada antissuor por conta da rápida absorção e evaporação do suor, evitando a sensação de umidade.

As camisetas internas podem ser usadas por baixo de camisas sociais, evitando manchas constrangedoras de suor. As cuecas da marca também contam com essa tecnologia, proporcionando maior conforto à rotina. Além disso, o design inteligente proporciona peças que se ajustam ao corpo e que são muito confortáveis.

Roupas tecnológicas não são necessariamente caras. Os kits da Insider possuem um bom custo-benefício e você consegue testar tanto a undershirt como a cueca.

Wearables

O exemplo citado no começo do texto aborda como o tecido inteligente está diminuindo a distância entre os usuários e seus dispositivos. Assim, essa característica interativa permite que as pessoas se distanciem de seus aparelhos — como smartphones e smartwatches — sem perder a conectividade.

Atividades como receber mensagens, ouvir músicas e acompanhar as coordenadas do GPS foram facilitadas. Uma jaqueta com todas essas características já existe e pode ser adquirida.

Existem diversos tipos de tecidos tecnológicos, e designers trabalham com eles em diferentes locais do mundo. Opções de fibras com sensores que permitem mudanças de cores, ajudam a regular a temperatura e funcionam de maneira touchscreen são algumas possibilidades.

A importância dos sensores

A maioria das características citadas utiliza os sensores para criar fibras inteligentes têxtil. Inclusive, a maioria das opções do mercado são de tecidos inteligentes passivos. Isso significa que eles são equipados com sensores que ajudam a registrar informações, sem necessariamente reagir a elas.

Dessa forma, é possível medir temperatura, pressão, ritmo de caminhada, velocidade e batimentos cardíacos. Esse scanner biológico é muito importante para quem pratica esportes, por exemplo, ajudando no monitoramento do organismo.

Algumas marcas também aplicam a tecnologia em roupas íntimas, ajudando a registrar ciclos de sono. Por meio de conectividade wi-fi, os dados coletados podem ser acessados pelos smartphones.

Inovação na matéria-prima

Outra forma de desenvolver tecidos inteligentes é por meio da biotecnologia. Existem opções feitas de materiais microbianos, ou seja, tecidos produzidos a partir da ação de bactérias.

Funciona da seguinte forma: algumas espécies de bactérias produzem uma cadeia de moléculas ao se alimentarem, e ela pode ser usada na confecção de novos tecidos. Indo mais além, já se fala sobre os consumidores cultivarem as próprias roupas, uma vez que conseguem manter uma pequena fábrica de produção localmente.

Outras alternativas aparecem em tecidos desenvolvidos a partir de casca de árvores. O silicone também surgiu como aliado para uma produção mais sustentável de pérolas. Além disso, uma fibra desenvolvida com a borra do café já é realidade em alguns países, como a China.

Roupas que produzem energia renovável

Todo organismo vivo produz energia, mas isso nem sempre é aproveitando e boa parte dela se perde. Uma das propostas dos tecidos inteligentes que estão em desenvolvimento é justamente aumentar esse aproveitamento.

Dessa forma, o objetivo é transformar a energia gerada pelos movimentos em energia elétrica. Além disso, a ideia é ter superfícies fotovoltaicas nos tecidos, complementando a produção com energia solar.

Com isso, será possível carregar baterias de celular e outros dispositivos. Essa inovação é baseada na tecnologia TENG (triboeletric nanogenerator) que, por meio da nanotecnolgia, entrelaça fibras de roupa com células fotovoltaicas, nanogeradores e supercapacitores.